A História e a Revolução dos Instrumentos Eletrônicos
O fim do século XIX marcou uma virada significativa na música e na instrumentação.
Além da quebra do tonalismo, os avanços tecnológicos abriram caminhos inexplorados. A descoberta e manipulação da eletricidade, juntamente com a invenção do grafonofone e do gramofone, desencadearam uma busca por novos sons e a criação de instrumentos musicais inovadores.
Ao contrário dos séculos XVII e XVIII, que focaram na harmonia e no equilíbrio entre consonância e dissonância, o século XIX, a era romântica, deu destaque ao desenvolvimento do melodismo. Em seguida, o século XX trouxe uma busca intensificada pelo timbre. E é nesse ponto que a tecnologia digital emerge como protagonista.
Os instrumentos eletrônicos tiveram sua gênese no entendimento da eletricidade, nas variações de tensão elétrica e na inovação do oscilador de ondas, um componente fundamental que permite a escolha e afinação das formas de onda.
Essas descobertas deram origem a uma variedade de instrumentos, divididos inicialmente em duas categorias: melódicos e de teclado. Entre os melódicos, destacam-se o theremin, o eletronde, o trautonium, as ondas martenot, a cruz sonora, o helletion, o dináfono, o esferófono, o emicon e o piano eletrônico winlitzer, entre outros.
Já entre os instrumentos de teclado, ganham notoriedade o partiturofônico, o órgão eletrônico Givelet, o rangertono, o órgão eletrônico Compton e o Hammond. Além disso, instrumentos tradicionais passaram por transformações para ampliar suas possibilidades sonoras, como a guitarra elétrica, o violino de Vierling e o piano Neo-Bechstein.
Na segunda metade do século XX, com a disseminação da música eletroacústica, o estudo dos timbres despertou o interesse de pesquisadores. Partindo dos sons do mundo, conforme descrito por Murray Schaefer (SCHAEFER, 2001), os instrumentos eletrônicos tornaram-se fundamentais para a linguagem sonora de um mundo em constante transformação, repleto de sons a serem explorados e descobertos.
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