Como funciona o som no audiovisual?
Você já parou pra pensar porque se torna impossível ouvir a marcha imperial e não lembrar do personagem Darth Vader? O som é um elemento de linguagem tão importante quanto a imagem de um filme, e é ele quem autentica as informações visuais como sendo uma realidade e transporta o público para dentro da narrativa. Sem os sons, os filmes não teriam o mesmo impacto dramático e nem tornariam os personagens e histórias tão memoráveis.
Imagine por algum instante a cena do Titanic sem música ou sem o barulho dos ferros se contorcendo. Pois é. Seria somente uma maquete de um barco de papel afundando e várias pessoas gritando por socorro. O que não gera conexão com o espectador.
O som é um fenômeno que se desenvolve no tempo, assim como a imagem. O elemento sonoro dentro de um filme é um dos elementos fundamentais na construção da narrativa pois é o som que ajuda a criar o clima do filme, estabelecer o tom emocional e a construir o ritmo de corte das imagens.
O som, assim como a imagem, precisa ser utilizado para evidenciar pontos estratégicos de uma narrativa. A audição do ser humano é extremamente seletiva pois nos faz prestar atenção em sons específicos mesmo tendo a capacidade de ouvir tudo ao nosso redor. Para ajudar no processo de escuta do filme, a produção sonora deve privilegiar essa atenção de uma forma que, nem todos os elementos sonoros que existiriam na vida real devessem ser representados no produto audiovisual.
Apenas os ruídos importantes devem ser incluídos na trilha sonora, e entende-se aqui como trilha sonora toda a criação de áudio da produção incluindo ruídos (barulhos), falas, músicas, o silêncio, etc. Da mesma forma, permite‐se destacar determinados sons para causar algum efeito dramático. Como por exemplo, o som dos ponteiros de um relógio que ecoam em uma sala de espera; o grito que permanece na memória do personagem e ecoa por todos os lugares que ele olha, os sons de sapatos batendo no chão representando a aproximação do vilão e antecipando a ansiedade do personagem e público com o desfecho da situação.
A Evolução do Cinema
O cinema, por mais que tenha nascido sem falas, não nasceu mudo. Desde suas primeiras exibições em cafés e salas de cinema os filmes tinham um acompanhamento musical. A trilha sonora ao vivo ficava por conta de uma orquestra ou de um pianista e, desde então, a música sempre ajudou a construir o ambiente da história e a ditar o estilo de filme exibido. Por exemplo, era pelo som que a plateia sabia o momento exato de rir de uma cena de comédia, se assustar de uma cena de terror ou suspirar num momento apaixonado entre dois atores, e assim por diante.
Para conseguirmos imaginar como era esse acompanhamento, aqui temos um exemplo de sala de cinema do começo do século passado. O diretor russo Dziga Vertov quando fez o filme “Um homem com a câmera” (1929), queria discutir como a câmera pode ser considerada a visão do olho humano, e para isso, a história começa numa sala de cinema exibindo o filme.
Mesmo o som sendo usado, aqui, apenas na exibição, ele não era um elemento de todo nulo dentro da tela. Muitos cineastas, ao reconhecer alguns recursos narrativos da imagem, introduziram alguns quadros nos filmes que induzem o espectador a imaginar o som, como por exemplo situações em que os personagens tocam determinado instrumento como um violão ou uma flauta, dificilmente não imaginamos o som que eles produzem.
Com o avanço das tecnologias de captação e reprodução, além da influência do rádio – sua expansão representou um tipo de ameaça ao cinema nos anos de 1920 –, o que fez com que os estúdios de cinema começassem a testar novas tecnologias de incorporação do som à imagem. Aqui o cinema começa a transição do cinema sonoro apenas pelo acompanhamento na exibição para o cinema falado, em que os sons provinham da tela em sincronia com a imagem.
Em 1927, o estúdio Warner Bros inovou e lançou o primeiro filme falado da história: “O cantor de Jazz”, esse longa-metragem continha cenas em que o som e a imagem estavam 100% sincronizados. O sistema utilizado aqui era o Vitaphone que consistia na gravação do áudio (falas e músicas) num disco de vinil, e esse disco era depois reproduzido simultaneamente na sala de cinema junto com a exibição do filme.
No mesmo ano, a Fox desenvolveu o sistema que se tornou a base para a captação de áudio contemporâneo: O Movietone. Através dele a captação do som era impressa na própria película do filme, evitando perdas de sincronia comuns no sistema da Warner.
Enfim, é chegada a hora de entender como funciona o som no audiovisual. Vamos lá?
Som In
Tem uma referência sonora dentro de uma história. Por exemplo, o som de um helicóptero em uma cena de ação.
Som Off
Som Fora de Campo
Você já se perguntou alguma vez porque quando você está dirigindo seu carro ou no banco de um ônibus ou metrô, algumas músicas te fazem pensar em algumas tomadas de decisão da sua vida?
A voz é o elemento mais importante do nosso ser, da nossa existência, e, que torna cenas memoráveis de um filme. Por que algumas cenas se tornam tão memoráveis?
Som Diegético
É o som que tem uma potência sonora visível dentro de um filme.
É quando um personagem interage seus movimentos de acordo com o som de forma bem explícita. O filme “Pulp Fiction” foi inteiro construído com som diegético.
Resumindo, o som diegético, é aquele que se o personagem escuta e nós também ouvimos.
Som Não-diegético
Você já se perguntou: por que o som de um tiro é sempre mais forte em um filme que na vida real Porque sempre está associado a uma música dramática.
Ruído Humano
Som do vento, chuva para reforçar a relação do ambiente.
Construção da Paisagem Sonora
A voz é o elemento mais importante do nosso ser, da nossa existência, e, que torna cenas memoráveis de um filme. Por que algumas cenas se tornam tão memoráveis?
Voz Off
É a voz que está fora do quadro. Você escuta sem ver uma referência visual.
Voz Over
O Papel da Música
Por que algumas músicas impregnam em nossa mentes?
A música alem de ajudar descrever uma cena, ela têm um papel dramático. Ela pode ser utilizada de várias formas como de forma dissonante causando um certo desconforto, de forma dramática para demonstrar um estado mental do personagem, intensidade de cenas.
Numa cena de violência por exemplo, pode ser tocada uma música de tensão para demonstrar a agressividade, medo, perigo ou mesmo, uma música suave num contexto violento, tem o objetivo de mostrar o nível psicológico de um psicopata agressor, que age com comportamentos agressivos tendo aquilo como rotina da sua vida. Neste segundo contexto, a música serve para nos mostrar uma exteriorização duvidosa do comportamento do agressor mostrando sua visão distorcida de mundo.
A música diz coisas que nem mesmo as palavras conseguem dizer
~ Arnold Schönberg - Compositor e revolucionário teorista musical, do início do século XX.
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