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Gramática Normativa Aplicada à Produção Textual

A proposta deste post é ajudar você a identificar a natureza de suas dúvidas, permitindo que você saiba facilmente consultar a fonte adequada para cada uma delas. Vamos lá?

foto ilustrativa das mãos de uma pessoa escrevendo com um lápis numa folha em branco; no cenário não aparece o rosto da pessoa; aparentemente ela está sentada no chão com uma xícara de café e um notebook.

A gramática normativa é aquela que busca a padronização da linguagem de acordo com a norma culta. Ela estabelece as regras para falar e escrever corretamente.

FONOLOGIA


Fonologia é o ramo da linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação.


Dentro da Fonologia, temos a ortoépia, que vem do grego "orto" (correto) + "épos" (discurso). Ela designa um campo da gramática normativa que zela pela "fala correta", ou seja, pela pronúncia das palavras segundo a norma padrão, sem acréscimo, eliminação nem troca de fonemas. Ao dar uma rápida olhada em algumas palavras, você vai identificar as formas como as encontramos na fala escrita de muitas pessoas. Asterisco — Asterísitico Beneficência — Beneficiência Advogado — Adivogado Decepção — Decepição Privilégio — Previlégio Reivindicação — Reinvindicação Mendigo — Mendingo Trouxe — Truxe


A prosódia é um ramo da ortoépia que estabelece regras para a posição da sílaba tônica nas palavras. Temos exemplos como "computador", "impressora" e "lousa". Perceba que as sílabas em destaque são pronunciadas com mais intensidade que as demais, sendo assim denominadas sílabas tônicas.


Entretanto, há várias palavras que causam dúvidas em relação à posição da sílaba tônica. Temos como um ótimo exemplo a palavra "ruim". Qual é a sílaba tônica?

im" ou "ruím"

No caso da palavra ruim, o encontro vocálico "ui" forma um hiato (ru-im). Portanto, a pronúncia correta é a segunda, com a sílaba tônica recaindo sobre a última sílaba.




ORTOGRAFIA


O sistema ortográfico da língua portuguesa é misto, ou seja, segue critérios fonéticos e também etimológicos.


O sistema fonético busca simplificar, da maneira mais direta possível, os fonemas de cada palavra. Um exemplo disso é o alemão, no qual há correspondência entre a letra e o som.


Já no sistema etimológico, a grafia da palavra está ligada à sua origem histórica. Isso explica por que, no inglês, cada letra pode corresponder a diversos fonemas diferentes.


Embora a combinação desses dois critérios possa nos causar muitas dificuldades em nossa língua, ela não é a maior responsável pelos inúmeros erros ortográficos cometidos pelos brasileiros. Esses erros ocorrem principalmente devido à educação básica precária e à falta do hábito de leitura.


Dessa forma, se você ainda não desenvolveu o hábito de ler, está mais do que na hora de fazê-lo, certo?

"Tudo aquilo que não fizemos até hoje, podemos começar AGORA!”

MORFOLOGIA

A palavra "morfologia" significa "estudo da forma". Na gramática, a morfologia é a área que estuda a relação entre a forma e o sentido das palavras.


Você já deve ter aprendido que as palavras podem ser classificadas em dez classes gramaticais, que são:

VARIÁVEIS


• Artigo • Adjetivo • Pronome • Numeral • Verbo • Substantivo


INVARIÁVEIS

• Preposição • Advérbio • Conjunção • Interjeição

Todas as classes de palavras variáveis, exceto os verbos, podem flexionar em números (singular e plural) e gênero (masculino e feminino). Já os verbos flexionam-se em número (singular ou plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e tempo (presente, passado e futuro). É muita coisa, não é?


Vamos aos exemplos?


“A aluna aplicada chegou ao prédio"

OU

"As alunas aplicadas chegaram aos prédios"

a+o = ao a+os = aos por+a = pela em+as = nas

Dessa forma, as flexões nominais não causam dúvidas. Basta acrescentar o “s". Porém, há alguns casos em que ficamos confusos. Por exemplo, os substan5ivos terminados em “ão" admitem três variações para o plural que são: “ões”, “ães" e “ãos”: eleições, pães, cidadãos.

SINTAXE


Quando você pensa em "análise sintática", dá um frio na barriga? Muita gente acha que é uma verdadeira tortura, mas vamos eliminar essa crença?


A palavra "sintaxe" vem do grego e significa “organização, composição”. Ela é a parte da gramática que estuda a combinação entre as palavras.

Lembre-se: tudo na vida é uma questão de organização (inclusive o sucesso).


Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as frases estabelecem relação lógica entre si e quando os elementos de uma oração estão dispostos de maneira que nos permita compreender o conteúdo de uma determinada mensagem.


“O rato roeu a roupa do Rei de Roma”

“O Rei de Roma a roupa roeu o rato”


As duas orações acima são formadas pelas mesmas palavras, mas a segunda está ininteligível, pois a disposição não obedece à sintaxe, que é um recurso fundamental e imprescindível para a combinação correta entre as palavras nas orações.


Para construirmos frases mais claras, objetivas e também evitarmos erros gramaticais de concordância, regência, colocação e pontuação, precisamos conhecer como as palavras se combinam ou não.

CONCORDÂNCIA

A concordância é o modo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se acomodarem a outras palavras.


Como regra geral, o verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número, mas nem sempre a comunicação entre o sujeito e o verbo acontece de maneira apropriada. É comum que o verbo apareça no singular quando deveria estar no plural, ou que esteja no plural quando deveria estar no singular.

A concordância verbal diz respeito à concordância entre o verbo e o sujeito da oração.


Embora haja uma imensa lista de regras de concordância que você pode buscar na internet, eu fiz uma breve lista para chamar a atenção para os casos clássicos que, vez por outra, causam muitas dúvidas.

​Regra Geral

Quando o verbo concorda com o sujeito

Pronome Apassivador - "se"

​Quando o verbo concorda com o sujeito

​Verbo haver

​Quando há o sentido de existir, ocorrer ou tempo ocorrido. ficará sempre no singular. Nas locuções verbais, formadas por verbo auxiliar junto ao verbo principal, decide se o verbo auxiliar fica no singular ou no plural.

Verbo fazer

​Quando indicar tempo decorrido ou estiver seguido de uma condição metereológica, ficará sempre no singular.

​Verbo ser

​Quando estiver seguido das expressões quantitativas como: muito, pouco, o bastante, o verbo deverá ficar no singular.

​Sujeito composto

​Quanto estiver antes do verbo, ficará plural. Quando estiver depois do verbo, ficará no plural ou concordará com o primeiro.

​Quem

​O verbo concorda com quem ou com seu antecedente.

​Que

​O verbo concorda com o antecedente de que.

​Expressões coletivas

Quando houver um coletivo e um substantivo no plural, o verbo fica no singular.

A concordância nominal é o estudo das relações existentes entre os substantivos e seus determinantes (adjetivos, pronomes adjetivos, numerais e artigos) os quais devem concordar em gênero (masculino e feminino) e número (singular ou plural) com os substantivos a que se referem.



​Regra geral

O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número

​Substantivos + Adjetivos

O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos. No plural, o masculino prevalece sobre o feminino.

​Adjetivos + Substantivos

O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.

​A palavra "só" quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere. Quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável.

Bom, necessário, proibido, preciso e permitido

​Estas permanecerão invariáveis, se empregados genericamente, mas concordarão com o substantivo a que se referem caso venha acompanhado de algum modificador (artigo, pronome etc.).

​Meio, bastante, barato, caro

​Quando se referem a um substantivo, devem concordar com esse mesmo substantivo.

​Mesmo, próprio, extra, quite, obrigado, anexo, incluso e todo

​Concordam em gênero e número com os nomes aos quais se referem.

​Alerta, mesmo, haja vista, em via de, em mão, a olhos vistos, de maneira que e, em anexo

São palavras e expressões invariáveis.

​Cores

​Quando o nome da cor for um adjetivo, concordará em gênero e número com o substantivo modificado por ele. Quando o nome da cor for um substantivo ou um adjetivo composto, no qual o segundo elemento é um substantivo, não haverá concordância.




REGÊNCIA

A regência é uma parte da sintaxe que se ocupa basicamente de definir se um nome ou verbo exige exige um complemento para que o sentido expresso por ele fique completo e, em caso positivo, definir se ligação é feita por meio de uma preposição que pode ser usada.


Por exemplo, seu eu digo a frase: "eu creio", o sentido não ficará completo. Provavelmente, você perguntará: "crê em quê?". Perceba que o verbo "crer" necessita de um complemento que se liga a ele pela preposição "em".


Existem diversas situações que exigem, ao mesmo tempo, uma preposição e um pronome relativo em situações como por exemplo: "este é o guitarrista que eu mais gosto".


Você deve estar se perguntando:


Por que esses erros ocorrem com frequência?

Porque na fala quase sempre omitimos a preposição.




Também existe uma imensa lista de verbos com sua regência, mas iremos nos ater àqueles clássico que causam mais dúvidas.



​Chegar / Ir

​O verbo deve ser utilizado com a preposição "a" e não com a preposição "em".

​Namorar

​Não é utilizado com preposição.

​Obedecer / Desobedecer

​Devem ser utilizados com a preposição "a".

​Preferir

​Aparece sempre com dois complementos, um sem preposição e o outro com a preposição "a".

​Simpatizar / Antipatizar

​Devem ser usadas com a preposição "com".


É muito importante termos atenção aos verbos que apresentam mais de uma regência.



​Agradar

​Com o sentido de fazer carinho, é transitivo direto, não exigindo preposição. Com o sentido de contentar, satisfazer exige a preposição "a".

​Aspirar

​Com sentido de cheirar, é utilizado sem preposição. Com o sentido de pretenção, é utilizado com a preposição "a".

​Assistir

​Com o sentido de caber, é utilizado com a preposição "a". Com sentido de morar, é utilizado com a preposição "em".

​Esquecer / Lembrar

​Se não forem pronominais, aparecem sem preposição. Se forem pronominais, aparecem com a preposição "de".

​Informar

​Com sentido de comunicar, a preposição é utilizada de duas formas: informar alguém de alguma coisa ou informar alguma coisa a alguém.

​Pagar / Perdoar

​Quando o complemento for uma "coisa", não exige preposição. Quando o complemento for uma pessoa, exige a preposição "a".

​Querer

​Com sentido de desejar, é utilizado sem preposição. Com o sentido de estimar, "benquerer" (bem-querer), é utilizado com a preposição "a".

​Visar

​Com sentido de mirar ou sentido de dar visto, sem preposição. Com sentido de ter em vista, é usado com a preposição "a".

Um outro problema de regência é o uso da crase, que é a junção da preposição "a" com o artigo definido "a(s)" ou ainda da preposição "a" com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo, ou com o pronome relativo a qual (as quais).



Identificação


Quando substituímos a palavra feminina depois do a por uma palavra masculina: se ocorrer ao, o recebe o acento grave indicativo de crase.

Com por exemplo:

Vou à feira / Vou ao mercado

Só há crase antes do nome geográfico que admite artigo a.


Irei à Balneário / Vou a Marília

Crase obrigatória

​Antes de hora se for possível usar ao meio-dia

​Chegou às duas horas; chegou ao meio-dia

​Com a palavra moda oculta

​Usava terno à (moda) Gucci

​Antes da palavra distância, quando determinada

Fiquei à distância de dez metros; educação a distância ​

​Antes de palavra feminina, nas locuções

​ADJETIVAS - Houve um baile à fantasia ADVERBIAIS - Comprou tudo à vista PREPOSITIVAS - Entrou à esquerda do pai CONJUNTIVAS - Cresce à medida que estuda

Crase proibida


​Antes da palavra masculina

​Andava a

​Antes do verbo

​Estava decidido a fugir

A (no singular) e a palavra no plural

​Presto favores a pessoas dignas


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Guga Gonçalves, foto.jpg

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