Produção Multimídia
Estamos vivendo cada vez mais imersos em uma sociedade multimidiática, seja pelas telas de um computador, de um smartphone, de uma mídia exterior, do cinema que retorna aos poucos após a pandemia, ou pela competitividade criada com o "boom" Netflix, como também pelas músicas no streaming do seu celular e do carro, ou por aplicativos de estudo, mobilidade, compras, saúde e telemedicina, de academia, de relacionamento, assim como qualquer outra superfície tátil que encontramos à nossa volta.
Com o avanço tecnológico enraizamos nosso convívio social à essas novas tecnologias, sem ao menos percebermos o quão rápidas estão sendo as mudanças e as transformações dos nossos hábitos, costumes, compras, consumo, desejos e anseios. Sempre que novas ferramentas ou produtos são desenvolvidos, nasce com eles a proposta de facilitar a vida das pessoas através de duas formas: a primeira é de economizar o tempo para fazer alguma coisa. A segunda é para que o usuário alcance uma meta ou objetivo. Através desses exemplos nos deparamos com os aplicativos como Uber, iFood, Airbnb, Netflix ou Spotify, que economizam nosso tempo. E da mesma forma temos desde Doctoralia à Tinder, SmartGym ou Mobills, onde cada um nos proporcionará o alcance de um determinado objetivo.
Sem nos darmos conta, todos esses recursos e tecnologias estão gerando uma mudança de como lidamos e interagimos com as pessoas e com o mundo, impactando nas referências de coletividade versus individualidade e também na percepção de como devemos nos comunicar com as pessoas.
Todas essas mudanças e transformações tecnológicas impactam no crescimento do capitalismo industrial, onde a mídia e a sociedade se organizam em torno dos mesmos ideais, incentivando uma grande produção e, consequentemente, o consumo de conteúdos de forma desenfreada. Tudo isso cria um grande impacto na economia, na sociedade e nas relações políticas. Se na história das revoluções industriais, a eletricidade, o telefone, os meios de transporte, a televisão e o computador contribuíram para o fortalecimento do capitalismo, hoje temos um impacto da cultura das telas mudando os padrões comportamentais, sociais e tecnológicos, através da comunicação multimidiática. Hoje já podemos criar uma representação de mundo de forma expressiva, através de uma fotografia, de um filme, um vídeo, da fala, da escrita, do áudio, de uma música ou de tudo aquilo que chamamos de conteúdo. E, justamente por conta desses motivos e fatores, é imprescindível ter o conhecimento de como esses processos acontecem.
O QUE É MULTIMÍDIA?
O termo multimídia representa a possibilidade de transmitir ou receber uma mensagem em vários formatos diferentes. O entendimento desse processo é extremamente importante, pois não transmitimos apenas uma mensagem, mas também exigimos uma reflexão sobre os conteúdos, recursos, ferramentas, técnicas e suportes empregados em nossa emissão. A comunicação é um ato inerente a todos os animais, mas o ser humano evoluiu esse ato e incorporou diversos recursos e suportes para tornar esse processo mais efetivo. Conforme evoluimos, novas tecnologias e tipos de recursos foram surgindo para a propagação da informação. O termo multimídia surgiu em meados do ano de 2010, englobando todo o universo audiovisual, com um conjunto de possibilidades de comunicação. Dessa forma, a multimídia pode ser entendida como as diversas possibilidades de mídias ou meios que você desejar utilizar para transmitir a mensagem e expandir a criatividade, com o objetivo de atender as suas necessidades de comunicação.
AS MULTIMÍDIAS, A EVOLUÇÃO DO ANALÓGICO PARA O DIGITAL
As mídias sempre tiveram os seus desenvolvimentos atrelados às necessidades econômicas, sociais e tecnológicas.
Vamos desde as pinturas rupestres, que foi a primeira forma conhecida pelo homem para registrar sua realidade, aos filtros personalizados do Facebook ou Instagram para manifestações emocionais, assim como as tecnologias que ainda estão por vir.
Mas se analisarmos uma pintura de mais de 1000 anos e uma arte digital, as técnicas de luz ainda são as mesmas. E por esse motivo e razão, aqui em nossa Comunidade Produção Multimídia, abordaremos as estruturas da comunicação multimidiática para que você possa ter e desenvolver um conjunto de ferramentas, técnicas, recursos e habilidades para aplicar nas mídias que desejar.
Da mesma forma, o cinema surge em um momento de extrema expensa tecnológica, que marca a “Era da Reprodutibilidade Técnica” da obra de arte, onde cenas do cotidiano, como a chegada de um trem ou a saída de pessoas de uma fábrica, se tornaram objetos de espetáculo da época, que foram gravadas pelos Luminére. Dizia-se naquela época que o público assistia espetáculos de si mesmo, através da vida comum. Qualquer semelhança não é mera coincidência com aquilo que vemos hoje nas redes sociais.
A televisão surge a partir da evolução tecnológica, com o objetivo de compartilhamento de informações. E, enquanto o cinema dependia (e ainda depende) da captação, processamento e reprodução do conteúdo audiovisual, a televisão, por sua vez, se tornou um veículo de comunicação da realidade por conta do imediatismo e da intensidade de sua linguagem. Mesmo que grande parte do conteúdo seja gravado, a televisão cria uma sensação e impressão que o evento está acontecendo no tempo presente.
Após abordarmos uma mídia que explora o sentido da visão, partiremos agora para a mídia mais poderosa de todas, que desperta o sentido da audição: a música, que assim como a fala, é transmitida pela voz humana com sons, ruídos e efeitos sonoros, também capaz de induzir emoções e nos manipular através de diversas sensações de maneira única.
Diferente do audiovisual, o conteúdo em áudio, seja em rádios ou podcasts, traz enormes vantagens como o custo de reprodução que é consideravelmente inferior, já que a variedade de equipamentos é menor se comparado ao cinema e a televisão. Além disso, não é necessário se preocupar com iluminação, maquiagem, figurino, cenografia, enquadramentos, direção etc.
Outro grande benefício do áudio é a facilidade de consumo, ainda mais hoje em dia com tantos desafios e problemas emocionais em alta, onde as pessoas, na maioria das vezes, não conseguem se concentrar em uma única coisa que exija sua atenção total, ou seja, as pessoas podem consumir áudio e música simultaneamente com outras atividades, seja no carro, na academia e até mesmo no trabalho.
A proposta de audiobook, por exemplo, foi criada para ajudar os deficientes visuais a terem fácil acesso à obras literárias, mas desde o início de seu surgimento, no início dos anos 2000, mais de 70% dos compradores de audiobook não eram deficientes visuais.
E se, por um lado, o modelo de radiodifusão sonora nacional ainda requer um alto investimento e obtenção de licenças, os podcasts surgiram junto das rádios digitais com a expansão da democratização das comunicações viabilizadas pela internet.
Todas essas estruturas foram amplificadas à partir da internet e do crescimento irreversível das redes sociais, principalmente do YouTube, Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp, que veremos mais adiante seus impactos em nossos meios de comunicação multimidiática e imposição de novos padrões comportamentais.
AS NOVAS PLATAFORMAS DIGITAIS E OS APLICATIVOS MOBILE
A web se tornou comercial desde a década de 1990. No Brasil, mais precisamente em 1994. Ela é imprescindível para todo e qualquer tipo e porte de empresa, marca ou negócio.
No primeiro trimestre de 2021 foram gastos mais de US$ 54 bilhões em compra de aplicativos mobile, segundo a Apple e o Google. E é isso mesmo, não há pandemia, crise ou enfraquecimento da economia que reduza esse consumo.
E cada vez mais as pessoas estão migrando do desktop/laptop para os smartphones, assim como a substituição dos navegadores web por aplicativos. Por esse motivo, é importante que você, membro da Comunidade Produção Multimídia, conheça os fundamentos básicos da estrutura de um aplicativo, assim como os processos de usabilidade e experiência do usuário, UX, sigla de user experience, para não ficar de fora desse mercado.
MODELOS DE MANIPULAÇÃO ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO MULTIMIDIÁTICA E SUAS INTERFACES DE INTERAÇÃO
Tradicionalmente a comunicação surge com a transmissão de uma mensagem ou de um conjunto de mensagens, de um emissor para um receptor. E um meio ou canal de transmissão conecta as duas partes.
A questão agora é: você já parou para analisar os efeitos psicológicos ativados na mente humana de quem quer transmitir uma mensagem e de quem está predisposto a receber essa mensagem?
Pois é, esse processo é realizado de forma bem rasa em quatro etapas que são:
> QUEM
Quem emite a mensagem. > O QUE
O que quer dizer através de uma mensagem. > CANAL
Qual canal será utilizado para emitir essa mensagem > EFEITO
Qual efeito (psicológico) será ativado no interlocutor, gerando sensações e percepções de representatividade através da mensagem e estimulando emoções diversas.
Quando se trata de mídias impressas, peças cinematográficas, televisivas ou no modelo antigo de radiodifusão sonora, o receptor não dispõe de ação de retorno ou feedback.
Já no modelo democrático de comunicação criado pela internet e, principalmente, pelas redes sociais, a reação pode trazer vários significados por parte do receptor, onde, em muitos casos, dar início a um processo cíclico ou piramidal de novas comunicações multimidiáticas. No início desse modelo o emissor e receptor se confundem, alternando os papéis ao longo do tempo de discurso.
Também existem outros modelos que agregam elementos como ruído, recepção múltipla e por feedbacks, que sugerem uma retroalimentação do discurso através de elementos socioculturais e cognitivos.
O público e a audiência sempre são tratados como um grupo de pessoas como uma massa indistinta ou segmento populacional. Por outro lado, os novos modelos de comunicação permitem o estudo dos significados durante o processo de fruição com o conteúdo multimidiático. Em parte, essa tarefa reconhece o público como um grupo de indivíduos quem mantêm, inclusive, suas individualidades distintas e a emancipação de pensamentos do indivíduo começa à partir da “iluminação" da representatividade de suas ideias.
O USUÁRIO E O SEU PAPEL CENTRAL NAS INTERAÇÕES
As bases que dão suporte à construção de uma identidade coerente têm perdido forças desde as últimas décadas, onde cada vez mais as pessoas assumem identidades diferentes. Assim, as pessoas passaram a consumir produtos e conteúdos culturais de forma eclética, com o objetivo de demonstrar à sociedade em que vivem, como esses produtos e conteúdos contribuem para o asseguramento de suas supostas personalidades.
Na última década, a maneira como as pessoas utilizam e interagem com os conteúdos multimidiáticos das redes sociais tornou-se tão importante quanto o próprio conteúdo de formação da identidade que, consequentemente, criou uma modelagem "social human”, termo que utilizo para classificar um "humano social", referente às pessoas que se baseiam em pensamentos de influenciadores digitais, pois essas pessoas, em sua maioria, não são mais dotadas de pensamentos próprios, capacidade de críticas com seus próprios embasamentos, mas sim, se expressam com base nas constatações de influenciadores e terceiros.
Assim, o entendimento conceitual dos principais modelos, técnicas e recursos de comunicação, são importantes para entender esse impacto multimidiático. As propostas clássicas para os cenários de comunicação são:
> A comunicação de um emissor para vários receptores Broadcast, como vemos na televisão, no rádio e no cinema.
Com a disseminação das tecnologias e do acesso à internet, foi criado esse modelo para interagir com o público através do compartilhamento de informações, com um mesmo linguajar de fácil compreensão para públicos distintos, seja um Doutor, PhD ou um analfabeto.
> Nos modelos de comunicação online, como Stickness (ou Aderência), os indivíduos tomam a iniciativa de buscar por um determinado conteúdo.
Ao contrário do Modelo Broadcast, no Modelo por Aderência, há a necessidade de uma postura ativa por parte do receptor, o que, de certa forma, inicia o processo comunicacional. É a ação do receptor que completa o ciclo comunicativo, podendo gerar um feedback muito mais preciso com a mineração de dados através das suas buscas e interações online.
A sugestão para não poluir ou congestionar seu tráfego online na internet e nas redes sociais é: curta e siga quem realmente você conhece ou oferece algo que realmente faça sentido para você. Falo isso porque muita gente fica aceitando pedidos para curtirem ou seguirem "amigos online” que nem sabem realmente quem são ou o que fazem e, consequentemente, campanhas desse gênero, com esse tipo de interação, aparecerão durante o seu tráfego online.
E, quanto mais específicas forem as suas buscas e interações online, mais completas e positivas serão suas experiências com as campanhas daquilo que você almeja.
> Spreadable (Propagável), onde o conteúdo chega ao público por ações dos próprios indivíduos, principalmente usando ferramentas e recursos digitais como a hashtag e o impulsionamento, por exemplo.
O universo é redondo, tudo que você emana, seja bom ou ruim, em algum momento, de alguma forma, voltará para você. Assim, pense também em ser assertivo com o seu público-alvo, com a sua persona, pois quanto mais específico você for, melhores resultados terá.
Concluímos então que, todos nós temos as mesmas possibilidades de usar e construir perfis e narrativas em nossas respectivas redes sociais. Utilizando dos mecanismos tecnológicos e recursos multimidiáticos podemos valorizar diversas experiências e assim abrir um novo campo econômico.
A lógica da participação determinará esse novo campo como, por exemplo, se uma pessoa precisar fazer parte de um grupo ou processo, o aumento da individualidade também levará à necessidade de compor novos vínculos. Dessa forma, a recomendação de um membro terá mais força e valor usando o Modelo Broadcast para atingir o seu público. Portanto, surge uma nova “economia moral”, e o valor atribuído pelas pessoas ao conteúdo que elas consomem se tornará ainda mais significativo do que o preço real a ser pago.
Devemos levar em consideração que grande parte do material multimidiático compartilhado nas redes sociais é audiovisual, baseado no Modelo Broadcast. Esse tipo de apropriação, autorizada ou não pelos criadores, mostra um ponto de convergência significativo dos Modelos Broadcast, por Aderência e Propagável. O ponto principal é que cada indivíduo ressignifique o conteúdo, e essas apropriações e significados devem, direta ou indiretamente, compor o feedback do produtor em relação à sua comunicação multimidiática.
Cada vez mais os produtores multimídias devem fazer o bom uso das ferramentas de interação e incorporá-las como elementos internos da produção, promovendo novas experiências e engajamento com o público. O público Broadcast, inicialmente, sempre é um público passivo, e por essa razão, é preciso compartilhar conteúdo de valor como referência para compor as narrativas desse público nas redes sociais.
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