Woodstock 99, a música entre o vandalismo e a perturbação humana
O festival idealizado em 1969, que tinha o objetivo de propagar "paz, música e amor" teve sua infeliz nova versão, 30 anos depois, em 1999, em Roma, Nova York. Netflix retrata o escândalo em 3 episódios.
No final de agosto de 1969, cerca de 500 mil hippies se reuniram em Bethel, no interior do estado de Nova York, para o Woodstock, evento criado por Michael Lang, com o objetivo de usar drogas, pregar a paz ao som de nomes como Jimmy Hendriz,TheWho, entre outros.
Já naquela época, duas pessoas morreram pisoteadas. 30 anos depois, em 1999, o evento foi novamente realizado com as bandas de destaque daquela época, como Limp Bizkit, Korn, Red Hot Chilli Peppers e nomes clássicos da música, como James Brown.
O evento ocorreu em uma antiga base da força aérea de asfalto duro, sob um calor de 40º, que logo afetou a multidão que estava com acesso limitado à água. Naquela época, uma garrafa de água custava em torno de US$ 0,65 e estava sendo vendida no evento entre US$ 4,00 e US$ 7,00, algo inaceitável, economicamente falando, para aquela realidade.
A multidão revoltada desde o primeiro dia de evento, acabou quebrando sistemas de encanamento das torneiras próximas do palco. Um sanitarista identificou que a água consumida era a mesma dos banheiros químicos, repleta de dejetos humanos, que causou contaminação e até úlcera oral em uma pessoa.
A organização do evento não queria policiamento naquele ambiente para não coagir o público e optou por pagar US$ 500,00 para jovens normais cuidarem da segurança, sem preparo algum.
A misoginia era surreal!
Pelo menos 4 mulheres foram violentadas no festival e, entre elas, menores de idade.
Estamos falando de uma época onde a cultura sexual estava começando a ficar mais evidente e sem muitas regras, filtros e leis. Tínhamos um incentivo direto através da cultura multimidiática, comédias sexuais, como o programa de televisão "O Mundo dos Machos, Pânico na TV, assim como incentivo a violência através do cinema, como no filme "O Clube da Luta" que estimulava uma identificação psicológica narcisista em massa.
A medida que a multidão contava com a péssima infraestrutura e recursos disponíveis do evento, maiores se tornavam as manifestações e disseminação de ódio e raiva. O vocalista do Limp Bizkit, Fred Durst, foi criticado por supostamente encorajar o comportamento animalesco da multidão. Durante o seu show, a MTV interrompeu as gravações por conta das pedras e melancias que estavam sendo atiradas. Pessoas com fraturas graves e a infraestrutura médica não era suficiente para atender tantos casos.
Mais de 100.000 velas foram distribuídas para uma vigília contra a violência armada sem o conhecimento do corpo de bombeiro, e a multidão acabou incendiando diversos locais do evento.
Um ato de vandalismo em massa.
Até hoje nos deparamos com sociopatas transitando entre nós, criando tumultos, conflitos e danos à nossa sociedade. Com isso, me pergunto: será mesmo que estamos vivendo em pleno século XXI? Afinal, cadê a tal da evolução humana sendo colocada em prática?
Sempre que um artista ou banda subir num palco, deve-se lembrar que sua música é uma poderosa ferramenta de manipulação, e, dessa maneira, deve utilizá-la em prol do desenvolvimento humano.
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